
A Geopolítica como campo de estudo e de prática teve suas origens no final do século XIX e início do século XX, quando intelectuais europeus iniciaram a exploração de como as relações e o poder político dos Estados correlacionavam-se com a Geografia.
Muito embora na Antiguidade não existisse o conceito formal de Geopolítica como a entendemos hoje, muitos príncipios que a sustentam, como o controle de territórios, a defesa das fronteiras e a utilização dos recursos naturais para garantir o poder e a sobrevivência de um povo já estavam presentes nas antigas civilizações, como na Grécia, em Roma e na Pérsia.
O termo Geopolítica foi descrito pela primeira vez pelo político e cientista social sueco Rudolph Kjellén em um artigo denominado “As Grandes Potências”, publicado em 1905. Posteriormente, em 1916, Kjellén reafirmou as bases da Geopolítica em um livro chamado “O Estado como forma de vida”. Em sua obra, o pensador sueco descrevia que o Estado era um organismo vivo que interage com o espaço geográfico onde encontra-se inserido. Essa interação entre o Estado (política) com o espaço geográfico (geografia) constitui-se na base da Geopolítica.
Apesar do termo “Geopolítica” haver sido cunhado por Rudolph Kjellén, os primeiros passos do que viria futuramente a se constituir na Teoria Geopolítica foram dados por um geógrafo e antropólogo alemão chamado Friedrich Ratzel. Ao descrever a sua Teoria do Espaço Vital (Lebensraum, em alemão), Ratzel afirma que um Estado necessita de território suficiente (espaço vital), para garantir a sua sobrevivência e properidade. Argumenta, ainda, que esse espaço vital não se limita às suas fronteiras tradicionais, mas que deve ser continuamente expandido para garantir recursos naturais, recursos humanos e segurança.
O conceito de Espaço Vital influenciou de maneira significativa a política externa de várias potências europeias nas primeiras décadas do século XX. A associação do conceito com o expansionismo agressivo alemão criou um grande estigma em torno do conceito elaborado por Ratzel, principalmente nos anos subsequentes ao término da 2ª Guerra Mundial. Apesar de se constituir em um dos principais marcos do estudo da Geopolitica, o legado da Teoria do Espaço Vital está frequentemente ligado ao contexto de regimes totalitários, que em diversas ocasiões se utilizaram do Lebensraum como forma de justificar a agressão militar e o colonialismo.
E você ? Qual a sua opinião sobre os temas ? Você acredita que a Teoria do Espaço Vital ainda hoje é utilizada pelos Estados Modernos ? Você é capaz de pensar em algum exemplo recente ? Enriqueça o debate compartilhando conosco o seu pensamento nos comentários ! Deixe suas observações, críticas, análises e sugestões. Se você achou o conteúdo útil e informativo divulgue a página para seus amigos e contatos !
No próximo texto iremos explorar os conceitos descritos por Friederich Ratzel e aprofundar o nosso conhecimento sobre esse autor, considerado controverso por muitos.
Até breve !
Aprendendo,
Sempre estamos aprendendo ! O aprendizado é o que move o ser humano !
Parabéns pelo site e pelo texto! Penso que o conceito de espaço vital (lebensraum), a despeito de ter sido superado em muito pelos contemporâneos e rechaçado por fundamentar o expansionismo imperialista de governos totalitários, guarda, ainda, importante relação com as dinâmicas de poder geopolítico contemporâneas. Talvez o que importe, de fato, seja menos a extensão de um determinado espaço geográfico de um Estado, mas suas qualidades geopolíticas – riquezas naturais, relevos, importância para rotas comerciais e militares, por exemplo. Muito interessante!
Obrigado pelo comentário ! Nas próximas semanas pretendemos colocar no ar um artigo versando sobre os “fatores geopolíticos”, ou seja : território, localização, população e recursos naturais. O tema vai totalmente ao encontro do que você comentou !